Línfomania - O Cúmplice, os espirros e a máscara de ferro
E já estamos no mês de Novembro, consulta marcada com o Dr. J, especialidade “radiologia”. Antes sequer de falar sobre aquele que finalmente ia ser o primeiro tratamento para tentar resolver esta obsessão da dita cuja pelo meu corpo Danone, deixar um conselho:
Se aparentemente parecia ser dentro das opções possíveis o tratamento menos agressivo, e por conseguinte devemos ser grato e até um certo ponto festejar, é ainda mais importante ao longo de todo o processo encontrar um equilíbrio, entre o nunca festejar demasiado, e no caso de as coisas não correrem bem, não entrar demasiado em negatividade. Ver as coisas pela positiva sim, mas saber ter a capacidade de perceber que nestas questões tudo irá depender de demasiados factores para ser algo concreto e absoluto.
Ou seja, vamos nos agarrar aquilo que temos em mão, seja lá isso o que for, e vamos dar o nosso melhor no bom e no menos bom, essa mentalidade é que irá fazer toda a diferença, isso vos garanto.
Pois bem, o Dr. J para além das explicações básicas de como tudo iria funcionar nisso da Radioterapia:
“A radioterapia consiste num tratamento focal, com radiação ionizante, que pode ser administrado através de um equipamento externo (de seu nome acelerador linear) ou através de fontes radioactivas, fontes essas que estarão em contacto directo com o tumor/leito tumoral. A radiação penetra nas células malignas e destrói a sua capacidade de replicação, o que conduz consequentemente à destruição da doença neoplásica.”
Marcou me mais alguns exames, entre eles um TAC, para definir onde iria incidir isso das radiações que a dita cuja ia levar nas bentas (a coisa vai aquecer) mas por falar em bentas, que cá o cúmplice já se estava a excitar, não é que só para não se armar em galifão, calhou-lhe uma surpresa para as famosas bentas, as minhas obviamente.
Sendo que as radiações iam incidir na parte do ombro, e das axilas, existe a necessidade de se usar uma máscara de protecção, e aí até agradeço, oh pá tudo menos me darem cabo do cérebro, mas esta máscara ia ser um cabo dos trabalhos, oh se ia.
Desde a sua elaboração, feita a medida do nosso rosto, em que basicamente nos espetam com um plástico grosso quente na cara, para que ele se formate as feições do nosso rosto enquanto estamos estendidos a fazer o TAC, desconfortável é um elogio, embora aquilo esteja cheio de buraquinhos e depois façam uma abertura na zona do nariz, não se previam grandes alegrias no uso da mesma, a minha primeira pergunta, mas como raio vou eu espirrar nesta coisa, é que os tratamentos estão previstos começarem em Dezembro, vai ser bonito, vai..
Mas prontos logo veremos, 20 sessões marcadas para Dezembro, obviamente repleta de peripécias como não podia deixar de ser.
Cenas dos próximos capítulos: “Vinte dias, sete minutos, e o ano nunca mais acaba”
Nota: Isso dos espirros é coisa séria, fica a nota para imaginarem a coisa, preso naquela máscara.