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"Estas & outras Cumplicidades"

"Estas & outras Cumplicidades"

Línfomania - É desta que conheço gente do “Jet-Set"

28.04.24, cumplicedotempo

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É desta Cúmplice! Calma!  que ainda não chegamos a parte do Jet Set, é desta que cá o cúmplice vê a sua vida a andar.

Segunda-feira dia onze, e lá estava eu, as oito horas certas na urgência com a bendita carta, triagem, entregar a famosa e única, desta vez nem me lembro da cor da pulseira, e lá fui para a mesma sala, esperar pela tal chamada.

Não estou certo o tempo que demorou, mas lá fomos chamados, eu e mais uns quantos, encaminhados por aquele emaranhado de corredores do São João, lá chegamos ao destino e chegou a bendita chamada. “Bom dia”, coisa e tal, ver a lesão, tirar mais umas fotografias e nem 5 minutos “ah e tal, isto já não é connosco”, eu já nem cheguei a ouvir bem o porquê sinceramente, só pensava “não vai ser fácil ver me livre deste cabide, não vai não“ entre outras coisas que o meu corretor ortográfico e bom senso, não me permite escrever, mas prontos, vendo pela positiva, poupou-me ter que escrever dermatovenereologia mais do que uma vez, que isso não ia ser fácil.

Bem, lá fui encaminhado novamente para a urgência, mas com o cuidado de me dizerem, que não me preocupasse que desta vez seria visto com a devida celeridade, e verdade seja dita assim foi.

De volta a urgência, especialidade, cirurgia geral (segundo os relatórios). Mais uma vista de olhos, uns apalpanços a dita, e mais umas fotografias, exclamações “nunca vi tal coisa” e “posso tirar fotos posso?” … Ainda não é desta, toca a chamar o quarto regimento da brigada especial do sei lá bem o quê, nahh foi mesmo a cirurgia plástica.

E assim chegou, quem pelos vistos me ia salvar, e agora vendo bem a especialidade da Dra. que se segue, tem o seu quê de criar esperanças a seja quem for, “Cirurgia plástica e reconstrutiva e estética”, estava só a pensar na parte reconstrutiva ok, quem não precisa de uma boa reconstrução de quando em vez? O resto deixo para vossa imaginação.

Mais uma breve vista de olhos, e desta vez não existiam dúvidas, encaminhamento para consulta externa de cirurgia plástica, no hospital de Valongo, e daí o meu pensamento “é desta que conheço gente do Jet-Set”.

Agora cúmplice vai lá para casa, amanhã festeja o aniversário, que prendinhas só depois de amanhã, data da consulta, desta vez foi mesmo célere.

E para concluir, lembram se da parte séria do diagnostico precoce? pois é tudo leva o seu tempo.

Cenas do próximo capítulo: “um, dó, li, tá, é coisa boa ou coisa má?”

 

Nota: Qualquer erro orografico neste texto, ou é propositado, ou o corretor é parvo, ou é puro esquecimento.

Línfomania - Urgente ou não urgente… eis a questão

25.04.24, cumplicedotempo

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Então vamos lá tratar da coisa de forma urgente, que cá o cúmplice o que mais quer agora é respostas e com o andar da coisa, Agosto já se foi.

Continuo por esta altura assintomático, embora o gânglio aqui e ali, lá ia incomodando, e pelos vistos não estava disposto a desaparecer, relembrar que sem qualquer exame feito, não nos é prescrito qualquer tipo de medicação.

Vamos então a tal consulta de urgência, basicamente e para não me alongar demasiado, consiste em ir à urgência do hospital, onde uma equipa de dermatologia atende casos urgentes da parte da manhã, sendo depois encaminhados para as especialidades devidas.

E assim foi, sexta feira lá estava o cúmplice as 8 da manhã na urgência do hospital, esperar pela triagem, e aí quem me atende,depois de lhe explicar o meu problema, olha para mim e diz-me, onde esta a carta? E eu a carta, que carta? Supostamente precisava da "carta" para a tal consulta, como estava no hospital onde a Dr. R dá consultas, pedi a quem me atendeu, se podia ir ter com a doutora, pedir a tal carta e voltar, e lá fui, uma voltinha ao São João, chegar ao departamento da minha médica, saber que estava de férias, falar com a secretaria, e lá se resolveu com outro medico que na altura, também tinha visto o meu caso, passar a famosa carta.

Uma corridinha de volta a urgência, carta entregue e toma lá cúmplice uma pulseira verde que não tens febre nem te estás a espumar,e eu a pensar para mim, "queres ver".

lá se ia esperando até que um grupo que estava junto a mim começa a ser chamado para dermatologia,o cúmplice nada, pensei, talvez seja um grupo a seguir, vamos lá ter calma.

Enganei me passa uma hora, passam duas e nada, mudam os turnos, e eu, lá fui ter com as meninas do balcão perguntar pela minha situação, entre “tem que esperar pela sua vez” e respostas inconclusivas, lá me veio dizer que a suposta carta que tanto trabalho me deu arranjar não tinha sido digitalizada no computador.

Ou seja, já estamos na parte de tarde, as ditas consultas já se foram, e agora só me resta ser visto por um médico que se lembre que estou ali.

E assim foi ao meio da tarde, mais umas fotografias, um TAC entre outros exames, para já perto das 8 da noite, dizer-me que teria que voltar na segunda feira, para então aí sim e com absoluta prioridade, de carta na mão, ser visto pela dermatologia.

Lá voltei para casa, e pelo caminho escrevi uma lista de coisas para levar na segunda feira, e passo a citar:

Saco cama, lancheira com refeições todas incluídas, carregador de telemóvel, água. Sumos, bebidas espirituosas, almofada anti escaras que já não sentia o rabo de estar tanto tempo sentado, livro de anedotas para animar a malta, entre tantas outras coisas.

Que isto de ser um urgente, não urgente e levar com 12 horas de urgência, levanta muitas dúvidas e é meio deprimente.

Bem voltamos na segunda feira, melhores dias virão...

Cenas dos próximos capítulos: “É desta que conheço gente do “Jet-Set”

Hoje foi assim - A dita cuja até música já tem

22.04.24, cumplicedotempo

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Estava eu no meu momento zen divagando por aquele sítio que nos dá música e que de quando em vez, lá se lembra de nos sugerir umas pérolas que não lembram a ninguém, mas a gente lá vai aceitando as sugestões, e quando dá por ela já esta deprimido a ouvir uma qualquer versão da Maria leal em modo “repeat”

Mas não, o famoso sítio lá das músicas decidiu encaminhar me sorrateiramente para esta música “Maneater” de Daryl Hall & John Oates.

Até aí tudo bem, não desgosto, é uma música que como quem não quer a coisa, lá me faz abanar o esqueleto, gosto da batida e dá sempre para viajar lá pelos anos oitenta e me lembrar que estou a ficar velho …

Então onde está a parvalheira de tudo isto e o que tem a dita cuja a ver com isso?

Convido-vos a ouvir e a terem atenção a letra da música,

oh esperem, eu faço a última parte por vocês, que cá o cúmplice é amigo, ora vamos a isto, carreguem lá no "play".

 

"Ela só sai à noite               

Do tipo esbelta e faminta         

Não há nada de novo            

Eu já a vi por aqui antes          

Observando e esperando              

Oh, ela está sentada contigo                    

Mas os seus olhos estão na porta                      

 

Tantos pagaram para ver                                   

O que pensas que vais conseguir de graça                  

A mulher é selvagem                                       

Uma gata domesticada pelo ronronar de um jaguar           

O que importa é o dinheiro                                

Se estás está nessa por amor                               

não vais chegar muito longe                           

 

(Oh, lá vem ela)                                  

Cuidado, oh rapaz (parvo no meu caso), ela vai te mastigar                     

(Oh, lá vem ela)                                        

Ela é uma devoradora de homens                         

(Oh, lá vem ela)                                          

Cuidado, oh rapaz (parvo no meu caso, acho que já o tinha dito), ela vai te mastigar                     

(Oh, lá vem ela)                                           

Ela é uma devoradora de homens                            

 

Eu não faria isso se eu fosse a ti                         

Eu sei o que ela pode fazer                                

Ela é mortal, parvo                                        

Ela pode acabar com o teu mundo de verdade                 

Mente sobre a matéria                                     

Ooh, a beleza está lá                                      

Mas existe uma fera em seu coração"

 

E pronto, é mais ao menos isso, até música oficial já temos, não é que até encaixa bem na dita cuja, afinal coisa menos coisa, ela que anda a devorar aqui o cúmplice, anda, e agora não me bastava a dita espalhada pelo corpo, que também esta musica não me sai da cabeça, bem vou descansar, hoje foi assim... não me apetece falar a sério.                        

Línfomania - Alto aí e para o baile, soaram os alarmes

20.04.24, cumplicedotempo

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E assim chegamos ao meu querido mês de agosto, vida perfeitamente tranquila, sem sintomas, mas claro está, o incomodo obvio daquela coisa que persistia em se manter intacta como que se ela também esperasse pacientemente pela dita consulta.

Convém lembrar que esse pedido de consulta “normal” devia-se a isso mesmo, não existir outras alterações nem qualquer tipo de sintomas, e devido a época do ano em que estávamos, sabia-se de antemão que iria demorar algum tempo até poder ser chamado, mas sempre ficou claro que havendo qualquer novidade, o encaminhamento estava feito, e que caso necessário, deveria então voltar a contactar e/ou dirigir-me a quem tratou do mesmo.

E não foi preciso esperar muito, até uma bela noite de verão, em que um novo interveniente decidiu juntar se esta aventura linfomaníaca, é isto vai começar a aquecer, oh se vai!

Apresento-vos o gânglio, no meu caso da axila direita, para quem não sabe e de forma muito simples, os gânglios são uns tipos porreiros que temos em variadas partes do corpo, que servem para nos alertar sobre a existência de problemas e também ajudar a combater infeções e/ou inflamações de variados tipos e origens. São tipo uns homenzinhos com um saquinho que vem buscar o lixo todo para depois o deitar fora, obvio quando o conseguem sozinho, o que nem sempre é o caso.

Por isso, os médicos gostam muito de nos apalpar, e é mesmo a procura desses tipos porreiros, e não pelas nossas feições corporais divinais.

E cá para o cúmplice foi “alto aí e para o baile” que agora já estamos a desconversar, não me bastava a dita cuja fazer de cabide lá pelo ombro direito, e agora vou ter que levar com uma bola na axila, e estamos a falar numa bola que tanto num dia parece um berlinde, como no outro mais parece uma de pingue pongue, logicamente “Soaram os alarmes”

E desta vez, sem muitas demoras, tempo de voltar ao hospital e a Dr. R, atualizar a situação, tirar fotografias, apalpa aqui, apalpa ali, tem febre, não tem febre, doi, não doi, fala aqui, fala ali, e não se podendo nem devendo esperar pela tal consulta normal, encaminhamento para uma consulta urgente de dermatologia e aí ….

Cenas do próximo capítulo; “Urgente ou não urgente… eis a questão”

Línfomania - Vais aqui e ali, e não vais a lado a nenhum

16.04.24, cumplicedotempo

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Ora vamos lá então, entre as várias opções na mesa, médico/a de família (centro de saúde), hospital ou médico/a particular, optei por uma médica do hospital de São João que há muitos anos me acompanha nestas coisas de saúde, e desde aí passou a ser minha médica, e a qual sempre recorri quando assim precisava “A minha doutora R.”, tem bata, não é super-herói, mas podia bem ser, como muitas pessoas com quem me tenho cruzado por esta aventura, voluntários, auxiliares, enfermeiros e por ai fora, tanta boa gente e a gente nem dá por isso.

Não esquecer que nesta fase, nem sequer se pensa ainda em linfoma, ou seja lá o que for, estamos na fase ainda do “O que será esta coisa?”, a dita cuja como lhe chamo, ainda vestia uma vestes bem rosáceas, parecia inofensiva, não dava comichão e se lhe tocasse não havia qualquer tipo de dor ou desconforto, e pronto, até certa altura, porque eu lá continuava a minha vida normal pensei, que teria sido uma qualquer dádiva, para me segurar a alça da mochila no ombro direito e ela não escorregar, como sempre me acontece, tal já era o tamanho da dita cuja.

Chegado ao dia marcado para a consulta; ver, analisar, tirar fotografias (esta dita cuja é ou foi top model, tanta fotografia lhe quiseram tirar ao longo deste processo), exclamações tipo “nunca vi semelhante coisa, mas não doi? não dá comichões?” e como disse em cima, tudo respostas negativas, apalpar aqui e apalpar ali, mandar fotos, ligar para médicos e dermatologistas, e marcar então uma consulta “normal” para a especialidade.

E é aqui que vem a parte séria, o diagnostico precoce, e este exemplo serve para este ou qualquer outro problema, todo o processo que se segue após o primeiro diagnostico pode ser bem moroso, e nem falo na questão das esperas intermináveis por consultas de especialidade, falo em tudo o que de aí advém, mesmo aquando de casos urgentes como irão ler mais adiante.

Temos que contar com o tempo de espera da consulta marcada, a espera para fazer os exames, a espera pelos resultados, a espera pela próxima consulta para tomar decisões, nada se irá fazer de um dia para outro, muito menos com doenças tão silenciosas quanto essas, e por isso mais depressa temos atenção as mesmas, elas começam a ser vigiadas e nós devidamente encaminhados.

Porque acreditem, muitas vezes vamos aqui e ali e não vamos a lado nenhum, e essa é a parte mais chata da coisa, "a espera", e eu ainda nem sabia e nem vocês sabem, nestas situações, o que está para vir…

Cenas dos próximos capítulos: “Alto aí e para o baile, soaram os alarmes”

Línfomania - Ano novo, o antes e o sei lá bem o quê

14.04.24, cumplicedotempo

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Antes de partirmos para esta belíssima aventura línfomaniaca, um pequeno retrocesso no tempo e introdução.

Janeiro de 2023, estão a ver aquelas resoluções de ano novo que todos consciente ou inconscientemente fazemos a cada passar de ano e que na sua maioria nunca cumprimos e que só fizemos porque “ah e tal é giro”

Pois bem cá o cúmplice fez algumas e num princípio de ano um tanto ao quanto atribulado, por razões com as quais não vos irei aborrecer, porque acreditam ficariam mesmo entediados, lá decidi que este ano seria de uma total renovação, reformulação e uma carrada de outros verbos cujo significado seja mudar algo, que mesmo não estando assim tão mal poderia sempre ser melhorado.

E estas resoluções basicamente foram cuidar mais de mim e de mim acima de tudo, refrescar as ideias e fazer um “reset” a tudo o que de negativo ou menos positivo, por essa altura me pudesse perturbar, assim o presente me exigia.

O motor custou a pegar, custou, mas para tudo isso também precisamos um sem fim de conjunturas, para que tudo siga o seu caminho, uns chamam a isso muitas vezes sorte, e talvez tenha o seu pingo no meio de tudo isso, mas eu prefiro chamar persistência e resiliência, o foco certo e a mente limpa, e tudo se conjuga para que o desejado aconteça.

E assim foi, finais de Fevereiro e tudo começava a encaixar na perfeição, um montanha russa de emoções e satisfação por todos os resultados alcançados, uma adrenalina continua que levava a que tudo batesse certo nos momentos certos, fisicamente e mentalmente os resultados fizeram-me desde logo entender que somos muito mais donos do nosso destino daquilo que podemos imaginar, logicamente na parte que podemos controlar, e isso acreditem, veio a ser me muito útil no “depois”

Março, Abril, Maio, Junho e o cúmplice la ia de vento em popa, qual marinheiro, qual quê, sempre gostou de surf, por isso viesse lá a onda que viesse, ia tudo a frente.

E chegamos ao final de Junho, e aí a dita cuja (linfoma) decidiu dar um ar da sua graça, na forma de uma bonita bola no meu ombro direito, um relevo ao qual de princípio pouca importância damos, na perfeita inocência do isto “incha desincha e passa”, e assim foi por uns dias, pois sei lá o que isto é, mostrar aqui e ali, ir a farmacêutica de confiança e pedir uma opinião, e ir deixando andar até procurar ajuda médica ...

Cenas dos próximos capítulos :  “Vais aqui e ali e não vais a lado a nenhum”

 

Porquê um novo blog ?

12.04.24, cumplicedotempo

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A resposta poderia ser tão simples como, porque me apetece ponto final.

E já bastaria para eu dizer por aqui meia dúzia de disparates e as pessoas que me lessem dissessem ou pensassem, este Cúmplice do Tempo afinal não regula muito bem, ou coitado aquele cérebro deixou de funcionar.

Mas não, embora eu aceito a primeira opção, porque este cúmplice e o tipo que está "por trás dele, nele e que por isso nunca deixou de ser ele próprio”, tem algumas falhas que não são sísmicas, porque a segunda opção vai equilibrando a coisa e ele cérebro ainda funciona, e muito bem.

 “Deixo aqui um bem-haja aos meus neurónios por nunca me terem abandonado.”

Este blog serve como muitos neste charco a beira mar plantado, para de forma livre escrever sobre um pouco de tudo e entre os temas, decidi partilhar um pouco da minha experiência com um linfoma (linfomania), que qual namorada possessiva qual quê! decidiu aparvalhar a minha vida de tal forma, que lá acabei por me render a ela, ao ponto de até ter vontade de escrever sobre a dita cuja.

E de certa forma e por mais parvo que pareça ainda, conseguiu me trazer coisas positivas a minha vida, ou seja por muito mau que pareça, há sempre algo de positivo que podemos retirar e com isso da melhor forma encarar o longo caminho que temos a percorrer, e foi isso que eu fiz desde o primeiro dia, e será acima de tudo, isso que eu vou querer partilhar, sem deixar de focar a parte séria da coisa (porque levo muito a sério este processo) disso não duvidem.

Posto isso, sem “O drama, a tragedia e o horror” porque o Artur Albarran não foi nem vai ser convidado a escrever neste blog, vai se partilhar um pouco, "Estas e outras cumplicidades" num registo leve e natural, sem de forma nenhuma pretender banalizar seja o que for.

Nota: Omiti foi a parte que os meus amigos já estão fartos de me aturar, e eu tagarela como sou e me confesso, precisei arranjar um escape, por isso bora lá criar um blog novo.